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A educação aliada ao combate à caça

Atualizado: 27 de jul. de 2022

Por Andressa Gatti


Em outubro de 2021, iniciei meu trabalho no Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA), onde está localizado o Museu de Biologia Prof. Mello Leitão (MBML), hoje uma unidade administrativa do INMA (https://www.gov.br/inma/pt-br). Talvez para muitos o nome do Museu seja mais familiar. O MBML faz parte da minha história, da minha formação como estudante, professora e pesquisadora. Já dei muitas aulas práticas em suas coleções, e sei que os alunos e muitos outros pesquisadores que tiveram contato com essa instituição aproveitaram e ainda aproveitam essa grande oportunidade!


São várias memórias afetivas atreladas a este espaço, no qual hoje sou pesquisadora, bolsista do Programa de Capacitação Institucional (PCI/INMA). Como alguns de vocês já sabem, tenho dedicado minha carreira à pesquisa e conservação de grandes mamíferos na Mata Atlântica, como anta, queixada, veados, catetos, entre outros. Sempre digo que a dona Anta é uma excelente anfitriã, e tem me permitido trabalhar e estabelecer parcerias para a sua conservação e de seus amigos da floresta ao longo desses anos.


Uma pesquisadora, mulher branca está em pé se apresentando diante de um público de pesquisadores que estão sentados em um salão no INMA.
Andressa em uma oficina na semana da Mata Atlântica, no Instituto Nacional da Mata Atlântica.

Assim, mais um capítulo foi acrescentado a minha história com esses grandes herbívoros! Como tenho colaborado no Plano de Ação Nacional (PAN) de Conservação dos Ungulados (CENAP/ICMBio), achei que seria uma excelente oportunidade aproximar instituições com atuações complementares e tão relevantes. Decidi, então, focar na seleção de áreas e ações prioritárias para reduzir o impacto da caça sobre antas e queixadas no Corredor Central da Mata Atlântica (CCMA). Para quem nunca ouviu falar deste Corredor, sugiro que conheçam o portal da Rede de Gestores do Corredor Central da Mata Atlântica (www.http://rededegestoresccma.org.br/). Lá você conhecerá um pouco mais sobre essa porção altamente biodiversa da Mata Atlântica.


Para seguir essa linha de trabalho, a intensificação da fiscalização nas áreas protegidas, sem dúvidas, é uma das ações prioritárias para reduzir a caça. Porém, a informação também pode ser uma grande aliada! Já que a fiscalização é para quem pode e deve fazê-la, você e eu podemos trabalhar para que a informação chegue aos moradores dos entornos das áreas protegidas, aos órgãos ambientais, a agentes de saúde, aos brigadistas e tantas outras pessoas que podem ser multiplicadores dos efeitos da caça sobre a fauna, a floresta e sobre nós humanos, obviamente! Ou você acha que não sofremos com a caça também?


Pensando nisso, resolvi criar materiais informativos sobre a caça que pudessem ser divulgados via WhatsApp, porque sei que é uma ferramenta usada por todos e que poderia amplificar a ação rapidamente. Então, em parceria com a bióloga Bruna Pacheco Pina, que é uma artista incrível, produzi quatro folders ilustrativos e cheios de informação de fácil compreensão. O compartilhamento iniciou no mês passado e seguirei com essa estratégia nos próximos dias. Quero agradecer a todos que contribuíram no processo de revisão dos materiais nos últimos meses, incluindo biólogos, médicos veterinários, jornalistas, gestores e funcionários das áreas protegidas, e pessoas interessadas no tema. Ou seja, tem sido um processo de construção colaborativa com diferentes atores da sociedade e isso me deixa muito feliz!



O objetivo é mostrar que a caça afeta a fauna, a floresta e nós, humanos. É importante que as pessoas entendam que também somos vítimas da caça e que quem caça, compra e/ou consome carne de animais silvestres, tem ajudado e muito na disseminação de doenças super perigosas. As doenças da mata não são uma lenda! Ah, e se você mora pertinho da floresta, saiba que é um baita privilégio receber em sua propriedade os ilustres moradores da mata. Muitos deles, como a anta, plantam árvores por onde passam! E os queixadas então? Como vivem em grandes grupos, são capazes de modificar o solo com suas “fuçadas”, favorecendo a germinação de novas plantas e criando ambientes especiais para pequenos animais, como artrópodes, e até mesmo para outros organismos.


São apenas alguns exemplos. A natureza é totalmente conectada! Logo, a perda com a caça é imensurável!

Compartilhe os folders com o maior número de pessoas que puder! É importante que todos saibam e divulguem o quanto a caça é prejudicial à biodiversidade.

Os arquivos em .jpg foram produzidos para compartilhamento via WhatsApp, mas também podem ser usados em apresentações ou em outros formatos com os devidos ajustes. Foram produzidas algumas versões com o objetivo de alcançar mais áreas com diferentes conjuntos de espécies. Arquivos para impressão em formato A3 também estão disponíveis. É só nos enviar um e-mail (institutoprotapir@gmail.com) com a solicitação.

Abaixo estão disponíveis arquivos em .pdf para download e impressão em A4.



A caça é proibida no Brasil pela Lei de Crimes Ambientais (Nº 9.605/98).


 

Andressa Gatti

Doutora em Biologia Animal

Diretora - Instituto Pró-Tapir para a Biodiversidade Pesquisadora PCI - Instituto Nacional da Mata Atlântica - INMA Curriculum lattes: http://lattes.cnpq.br/4572274192248896





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