Biologia e Ecologia
- Andressa Gatti
- 11 de ago. de 2020
- 2 min de leitura
Atualizado: 27 de ago. de 2020
Pró-Tapir
Qual o papel destes grandes herbívoros na manutenção das florestas, aqui no Espírito Santo?
Como as espécies utilizam os diferentes ambientes na paisagem?
Há conflitos entre os grandes herbívoros e a comunidade humana local?
Como é o comportamento social e reprodutivo das espécies, na região que trabalhamos?
Nosso objetivo é entender as interações, distribuição e abundância das espécies nas nossas áreas de estudo. Além disso, compreender como essas espécies são afetadas pela presença humana e o que deve ser feito para proteger e conservar os indivíduos e populações.
Desta forma, um dos nossos interesses é entender a relação desses grandes herbívoros com as espécies vegetais. Quais são as espécies mais consumidas? Qual o seu papel na dispersão de sementes e, consequentemente, na manutenção dos ambientes? Outras perguntas estão relacionadas com as interações entre espécies (interespecíficas): qual o comportamento de interação entre elas? Existem diferenças nos períodos de atividades durante o dia? Existe sobreposição de nicho entre as espécies?
Outras pesquisas sendo realizadas pelo nosso grupo é a ocupação e uso do habitat das espécies, considerando os diferentes tipos de ambientes presentes nas áreas de estudo, tanto naturais, quanto modificados pelo homem. Assim, buscamos compreender como essas espécies ocupam a paisagem, já que ela heterogênea, composta por floresta, monoculturas, estradas e cultivos agrícolas. Entender quais são as relações entre a fauna e a comunidade humana é urgente. Além do mais para entender se as populações serão viáveis, em longo prazo, nas regiões que atuamos, é preciso também estimar o tamanho dessas populações, ou seja, qual seria a densidade populacional de cada espécie. Como nossas pesquisas possuem um composto também social, queremos identificar áreas propensas aos conflitos na região e recomendar práticas apropriadas para a sua mitigação.
Nós também estamos interessados em desvendar o comportamento social e reprodutivo das espécies, na região que trabalhamos. Queremos entender várias questões ligadas ao comportamento reprodutivo, à identificação da presença de sazonalidade reprodutiva, à relação da disponibilidade de recursos. As pesquisas iniciaram com a anta apenas, e utilizamos imagens de armadilhas fotográficas para encontrar respostas. Este é um trabalho árduo e de muita concentração para verificar os dados e os padrões.
Ah, e como trabalhamos com espécies guarda-chuva, isto é, espécies de grande área de vida que sobrepõem a área de vida de outras espécies, nós obtemos muita informação sobre outros mamíferos, além dos grande herbívoros, e também das aves. E isso é espetacular! Então, muitas perguntas direcionadas aos nossos jardineiros também podem ser aplicadas a esses animais!
E como conseguimos esses dados? Nós usamos armadilhas fotográficas, coletamos amostras fecais, registramos pegadas e entrevistamos as pessoas. Em outros momentos, precisamos capturar indivíduos para conseguir dados que não são possíveis conseguir de outras formas. Por exemplo, já capturamos antas usando armadilhas e busca ativa, por meio de dardos tranquilizantes, realizada com a parceria de veterinários.
Sensacional!